O relógio para.
O tempo continua a passar.
As horas estão lá.
Mas o tempo já passou.
Os ponteiros estão distantes.
O relógio não funciona.
A corda acabou e o tempo não parou.
Quanto tempo leva o tempo?
O relógio não pensa.
Enquanto o tempo arma a cilada.
O relógio está lá, imóvel.
E o tempo ganha outra batalha.
Imóvel, continua o relógio.
E o tempo não olha para trás.
O tempo voa com toda liberdade.
Parado e preso o relógio me distrai.
Mesmo parado, o relógio certo, está.
Nele, vemos o futuro.
O relógio volta a funcionar.
O tempo para, inseguro.
David Edison Julião Saragosa
Menino Chao